Educação física cultural: inspiração e pratica pedagógica.
Em uma pesquisa realizada em 2005
sobre o currículo cultural da Educação Física, o autor Marcos Garcia reúne
reflexões e pesquisas de diferentes autores em diversos contextos:ensino e expressões dos estudantes em
relação às próprias experiências com o currículo cultural, relatos de
experiências que tematizada brincadeiras, danças, lutas, esportes e ginásticas
em realidades distintas.
Fala-se muito também sobre a
importância do multiculturalismo no currículo da Educação Física, que preza pela inclusão de
manifestações dos grupos posicionados em desvantagem e pelas reflexões de como
lidar com essa diferença.
Ao logo dos anos, criou-se uma
cultura de ensino com padrões que ao decorrer dos anos devessem ser
quebrados. Com isso, o autor propõe que os
conhecimentos relacionados a cultura corporal sejam inseridos como debate nas
agendas escolares, para que a cultura dominante seja analisadas em outros
ângulos e que os padrões impostos culturalmente sejam quebrados e haja
inclusão.
Tendo em vista as experiências dos
professores na pesquisa, foi notado que o cotidiano dos alunos deve ser levados
em conta para que os temas em debates sejam feitos e inclusos as práticas
corporais. Que questionar os alunos o que querem estudar, fazer eleições ou
trazer para a aula vivências em outros ambientes privados, está fora de
questão. O conteúdo deve ser trago para que os estudantes se expressem de toda
forma possível.
Organizando as atividades e vivências
de ensino, após propor temas polêmicos como: ginástica masculina, dança
masculina e mista, lutas femininas, o porque de alguns esportes ter a cor negra
predominante e em outros os brancos serem maioria, brincadeiras destinadas à um
sexo específico. Foram trabalhados tema por tema, com cuidado mas com muita
provocação para que gerassem debates.
Por fim, o autor se posiciona e
defende o currículo cultural. Mesmo sabendo que independente do que se defende,
nada mudará. Porém, que felizmente não está nessa luta sozinho, e que a
esperança maior para a desigualdade acabar está na educação.
A possibilidade de mudança nas
estruturas sociais e culturais é apontada por diversos intelectuais como um
caminho que deve ser percorrido na educação. Mudanças nos paradigmas e
estereótipos devem ser buscados pelos professores e questionados pelos alunos,
buscando assim, uma educação libertadora que produz conhecimentos práticos e
reais que modifiquem a realidade da sociedade.
Referências:
NEIRA, Marcos
Garcia. Educação física cultural: inspiração e prática pedagógica. 1. ed. - Jundiaí [SP]: Paco, 2018.
Disponível em <http://www.gpef.fe.usp.br/teses/marcos_41.pdf>. Acesso em: 22 nov. 2018.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Esperamos que os nosso visitantes deixem suas contribuições, com críticas, elogios e sugestões.