Aluno: Wesley Marçal Santos
Jocimar Daólio, graduado em Educação Física (1978) e Psicologia (1983) pela Universidade de São Paulo (USP), onde também realizou seu mestrado em Educação Física (1992) e realizou seu Doutorado em Educação Física na Universidade Estadual de Campinas (1997). Atualmente Jocimar é docente titular da Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas.
Jocimar Daólio, graduado em Educação Física (1978) e Psicologia (1983) pela Universidade de São Paulo (USP), onde também realizou seu mestrado em Educação Física (1992) e realizou seu Doutorado em Educação Física na Universidade Estadual de Campinas (1997). Atualmente Jocimar é docente titular da Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas.
O
livro “Da cultura ao corpo” de Jocimar Daólio é conteúdo da dissertação de
mestrado de Jocimar realizado na Escola de Educação Física da USP – EEFEUSP, que
teve como objetivo analisar a prática de Professores de Educação Física da rede
publica do estado de São Paulo.
A
obra é dividida em 4 capítulos, nos quais são abordadas reflexões sobre os procedimentos
dos professores de Educação Física em relação às suas práticas desenvolvidas
nas escolas, e qual o papel da Educação Física e sua importância no processo de
formação desses indivíduos.
Capítulo I – ANTROPOLOGIA: UM DESLOCAMENTO DO OLHAR
O
capítulo um relata sobre o início, e consequentemente a evolução da pesquisa
antropológica, ao considerar todos os homens como seres da mesma espécie,
entretanto ressaltando suas diferenças e procurando justifica-las. Morgan foi
um grande precursor da pesquisa antropológica, entretanto o mesmo se equivoca
ao definir as diferenças culturais e comportamentais dos demais grupos como
inferiores quando comparados aos europeus.
No
início do século XX, a pesquisa antropológica começar a tomar diferentes
dimensões, quando Franz Boas e Bronislaw iniciam a pesquisa de campo,
ressaltando a importância da interação entre o pesquisador e o objeto de
estudo, visto que, anteriormente as informações eram fornecidas aos
pesquisadores por meio de informações fornecidas por viajantes, não sendo
possível uma interação entre o pesquisador e o objeto de estudo.
O
primeiro capítulo termina ressaltando os conceitos e valores atribuídos à
Antropologia como objeto de estudo, mostrando suas dimensões de forma a evitar
qualquer tipo de preconceito contra diferentes tipos de comportamento humano.
Capítulo II – A CONSTRUÇÃO CULTURAL DO CORPO HUMANO
O
seguinte capítulo se inicia ressaltando sobre os aspectos culturais
relacionados ao corpo humano, tentando deixar claro que o homem (corpo humano)
é um ser biológico e sociocultural, sendo impossível separar essas duas
variáveis, sendo assim, considerando o corpo como expressão de cultura.
Apesar
da constante evolução do estudo da Antropologia na Educação Física, a área
ainda apresenta paradigmas que necessitam ser repensados, isso fica explicito
ao vermos a restrição somente ao biológico, psicológico e fisiológico quando se
trata da Educação Física e suas práticas corporais.
Entretanto,
a Antropologia tem conseguido transformar essa visão sobre a Educação Física,
mostrando a importância de se observar o corpo humano como um todo, destacando
a observação sobre os aspectos socioculturais. Marcel Mauss associa muito bem
esses aspectos à Educação Física, e afirma que a Educação Física deve ser
pensada nesse contexto. O autor ainda relata sobre a importância sobre os
valores e princípios culturais no comportamento humano.
Capítulo III – O TRABALHO DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA
O
presente capítulo relata sobre a pesquisa de campo realizada por Jocimar e
colaboradores, e se inicia delimitando aos critérios de inclusão da pesquisa
como perfis das escolas, dos professores, classe econômica da qual a escola
atendia entre outros fatores.
Posteriormente,
Jocimar descreve sobre o contato obtido com os professores antes das
entrevistas, no qual os mesmos despertaram diversas reações, algumas positivas
e outras nem tanto. Após esse primeiro contato iniciou-se as entrevistas, na
qual foram entrevistados 20 professores (10 homens 10 mulheres) e inicialmente
foram levantadas questões relacionadas aos motivos dos quais levaram os
professores escolherem a Educação Física como profissão, e as respostas foram
diversas, desde ao fator tempo de curso até a afinidade pela prática corporal
(esportiva).
Por
fim, é solicitado aos professores que definam Educação Física. Como colocado
pelo autor, pelas definições dadas pelos professores é possível enxergar a
dificuldade em identificar a Educação Física como uma disciplina no contexto
escolar.
Capítulo IV – DO CORPO MATÉRIA-PRIMA AO CORPO CIDADÃO
No
último capítulo o autor busca identificar a visão dos professores sobre o corpo
em seus diversos aspectos. Entretanto, ao levantar essas questões os professores
acabam entrando em contradição quando relatam sobre objetivo da Educação Física
como um processo de formação do corpo como um todo. Quando os professores
definiram sobre “corpo” é possível identificar a ideia de matéria-prima que
tende ser lapidada, preparada e cuidada para enfim, viver em sociedade.
É
fácil identificarmos essa cultura enraizada nas aulas de educação física, onde
os professores claramente buscam uma “eficiência corporal”, como se o corpo não
fosse produto da cultura.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Minha
principal crítica não se trata da obra em si, mas sobre o conhecimento
apresentado pelos professores quando os mesmos foram solicitados para que
pudessem definir Educação Física, apresentando conceitos genéricos e deixando
explicito a falta de conhecimentos epistemológicos, embora essa culpa não seja
integralmente por parte dos professores, pois acredita-se que durante suas
formações acadêmicas a estrutura curricular não os permitiriam que tivessem
acesso a disciplinas que estudassem o corpo humano em seus diferentes aspectos.
https://www.youtube.com/watch?v=KaQW9gyhKFQ
Muito bom ! Ao ver sua apresentação sobre o livro, realmente deu vontade de ler. Consegui uma versão e estou realizando a leitura rara, muito bom !
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