Resenha crítica do livro: Sociologia Crítica do Esporte
Autor: Valter Bracht
Aluna: Kesliane Pereira Silva
Valter
Bracht, paranaense e educador físico doutor pela Universidade de Oldenbur,
Alemanha, escritor do livro Sociologia Critica do Esporte – Uma Introdução
publicou esta obra com o objetivo de oferecer uma alternativa para os futuros
educares físicos aprimorar e desenvolver uma visão critica do mundo esportivo.
Bracht busca fazer uma critica da critica, ou seja, ele analisa as principais
teorias que norteiam a Educação Física ao longo dos séculos em que a sociedade
esta inserida, por isso a obra também é uma critica a sociedade e suas
configurações ao esporte. Para isso o
autor busca diversas teorias que procuram responder os embaraços em torno do
fenômeno esportivo, citando, mesmo que resumidamente, trechos de importantes
teorias filosóficas em torno do assunto abordado.
A
obra foi dividida em 10 capítulos, os quais buscam se relacionar entre si. Começando
pelo contexto histórico social do esporte, em que o esporte moderno expressa
uma pratica corporal com o intuito competitivo na Europa do século XVIII, que
se difundiu pelo mundo. Sendo ele um resultado de modificações da cultura
corporal das classes populacionais, os quais estavam na maioria das vezes
ligados as festas populares a colheita e a religião. Estes jogos populares
entram em declínio, com o processo de industrialização e urbanização, que agora
laçam novos padrões e novas condições de vida. Assim o esporte vai assumindo aos
poucos suas características iguais as de hoje, que objetivam: a competição, o
rendimento físico- técnico, o record, a racionalização e a cientificização do
treinamento, tornando-se sua expressão hegemônica. Assim Bracht critica alguns
autores que afirmam o esporte moderno como fruto de um sistema linear do
desenvolvimento das praticas antigas, não vendo ruptura com seus significados
essenciais.
Nos
próximos capítulos Bracht primeiramente trás à analise da critica antes da
sistematização da critica ao esporte, ou seja, ele nos mostra como as criticas
tiveram uma estrutura assistemática, para depois se sistematizar. Revela que
não só os sistematizadores dos métodos ginásticos faziam criticas ao esporte e
como ele era praticado, também as organizações de ginastica e esportivas de
trabalhadores europeus faziam suas criticas ao esporte “burguês” e criavam
princípios próprios para suas atividades esportivas. Bracht faz uso das
criticas de Bernett pra estas analises.
Nos
próximos capítulos o autor afirma que ate a década de 60 o esporte só aparecia
em textos na literatura como um mundo a parte, reduto do mundo privado, espaço
apolítico da vida, em que a sociologia e a filosofia pouco se preocupavam com o
espaço esportivo. Contudo a partir dessa década, esta realidade se modifica. E
isto se deve em partes a Escola de Frankfurt (Teoria Critica), que critica duas
vertentes: a tese da coisificação ou alienação e a tese da repressão e
manipulação, em que resumindo seus significados, prega que as sociedades não
desenvolvem todo o seu potencial, pois as relações sociais são conduzidas pelo
mundo do trabalho que dita regras e maneiras de se pensar, representando um
sistema de manipulação mesmo sendo uma sociedade tecnológica, industrializada e
desenvolvida. Assim Bracht procura sintetizar as ideias frankfurtianas, a qual
o esporte foi analisado em sua função de estabilização capitalista tardia, ou
seja, o esporte passou a ser instrumento das classes dominantes sobre a classe
operaria, para que as transformações sociais não viessem a acontecer “Todo gol
comemorado no esporte é, na verdade, um gol contra a classe trabalhadora”
(BRACHT, Valter 2005, p 30).
O
esporte seria um percursor de desvio para as questões sociais, como exemplo o
interesse por jogos não permitiria a formação da consciência politica, além de
que faria com que a população se adaptasse a regras e comportamentos
competitivos, o básico do sistema capitalista. Fazendo uma comparação com o
esporte e o trabalho ele se utiliza das palavras de Rigauer: “Se o esporte de
alto rendimento é trabalho, e trabalho na sociedade capitalista é trabalho
alienado, então alienação também é o que acontece no esporte de alto
rendimento”, para mostrar que uma esta interligada ao outra e que depende da
posição leitor ao avaliar as criticas ao esporte.
A
teoria de Michel Foucault, em que o esporte é visto como uma instituição
disciplinadora e controladora do corpo, que pode ser de forma negativa ( quando
reprime o individuo) ou positiva ( quando manipula e estimula o ser). Bracht afirma que a educação física na
escola, pode ser entendida como disciplinadora de corpos, exigido na época e
que o esporte moderno também pode ser visto como disciplinador.
Já a
teoria de Pierre Bourdieu retrata que a pratica esportiva na expressão corporal
é um campo de lutas simbólicas pela legitimidade e monopólios, seja entre o
amador ou profissional, o esporte de elite e o popular, o participativo e o de
espetáculo, sendo a pratica esportiva parte do processo de reprodução das diferenças
de classe. Assim Bracht analisa criticamente suas ideias e como são vistas à
realidade dos países capitalistas desenvolvidos.
Temos
ainda analise do esporte enquanto meio de reprodução de força de trabalho
desenvolvido por autores adeptos ao marxismo ortodoxo ou economista, os quais
trabalham com a questão da hegemonia, onde o esporte é considerado um elemento
de dominação, mas pode ser também um meio de resistência cultural ou politica.
E nos últimos dois capítulos, se tem a relação
entre esporte e estado. A qual o autor, mostra a influencia que um tem sobre o
outro, e como ambos se utilizam para ganhar vantagens. Quando utilizado pelo
Estado como esporte de alto rendimento, seria como uma reprodução da força de
trabalho, estabilizando problemas sociais para controle da população. O esporte
de competição cresce cada vez mais, quando o Estado se junta a organizações
esportivas, que são em grande parte dependentes de investimentos, ao ganhar o
dinheiro estas organizações se compromete a criar atletas de alto rendimento
trazendo assim prestigio nacional, desviando dos problemas sociais. Com isso o
esporte competitivo se torna hegemônico, ficando o esporte lazer em segundo
plano, que tende a uma imitação do esporte de rendimento, exposto pela mídia.
Valter
Bracht pretende com essa obra, que os futuros educadores e aqueles que se
interessam pelo assunto, criem uma postura critica diante da situação tratada
no livro. Sua intenção não é trazer algo pranto e acabado, em que quando o
leitor ler aceite a informação passada, mas sim fazer com que o leitor
desenvolva um debate a cerca dos temas propostos e das criticas levantadas,
para que ele próprio possa desenvolver uma postura critica em torno do tema e
um dos mecanismos utilizados pelo autor é as varias perguntas colocadas durante
o texto, algumas respondidas com outras indagações e outras simplesmente ficam
a solta para que o leitor as responda através do seu entendimento.
Bibliografia: BRACHT, Valter. A Sociologia Critica do Esporte: Uma Introdução. 3. Ed. Ijuí 2005. Unijuí. Disponível em < https://fefd.ufg.br/up/73/o/Texto_01_-_Sociologia_Crtica_do_Esporte_-_Valter_Bracht.pdf > Acesso em 15 janeiro 2015
Muito boa apresentação, explicando bem sobre o assunto, com uma postura condizente com um bom profissional, boa fala e domínio do livro. Tendo também uma boa participação da turma e fala auxiliar do professor, e tempo adequado de apresentação. Nota 9,8.
ResponderExcluirKesliane teve boa apresentação e com bom domínio sobre a obra lida, conseguiu transmitir todo o conteúdo lido de forma coerente e lógica e com bom vocabulário. Teve postura perante a turma e esteve dentro do tempo presente. Todos tiveram atenção e houve debate, parabéns pelo esforço, nota 9.
ResponderExcluirFoi uma boa apresentação, sem pontos negativos. Nota 8,5
ResponderExcluirótma apresentaçao, clara e sem deixar duvidas. nota 9
ResponderExcluirGostei muito da obra apresentada pela aluna, considero que houve um grande domínio e coerência na linguagem e vocabulário utilizados, houve a participação da classe e também um debate muito bem esclarecido pela aluna. O tempo foi adequado. Parabéns, nota 9,5!
ResponderExcluirUma obra que trouxe atenção e debate dos alunos, de forma clara e com postura. NOTA 9,5
ResponderExcluirBoa apresentação, apresentou dominio do livro e propôs um debate interessante , nota 9,
ResponderExcluirAchei uma excelente apresentação do livro,linguagem clara,um vocabulário muito bom, dentro do tempo estabelecido e com bastante participação dos colegas, nota 9,9!
ResponderExcluirMuito bem apresentado, tema bem interessante, ótimo vocabulário, apresentado de forma direta, expondo os pontos de vista do autor. nota 9.
ResponderExcluirÓtimo seminário, a aluna apresentou bem e demonstrou domínio sobre o assunto, falou sobre os objetivos do livro e as citações que o autor faz nele. Manteve uma boa postura, a sala foi atenciosa e participativa. 9,5.
ResponderExcluirNa apresentação desta obra literária, percebemos uma crítica à sociedade e suas ressignificações de esporte, que aos poucos assume características centradas na competição, no rendimento físico- técnico, na racionalização e a cientifização do treinamento, tornando-se uma expressão hegemônica e perdendo seus significados essenciais.
ResponderExcluirAcredito que o conhecimento desses assuntos se tornam essenciais à nossa formação para que nos tornemos críticos e reflexivos sobre eles.
Kesliane demonstrou domínio sobre o assunto e soube discuti-lo muito bem; usou uma linguagem simples e lógica mantendo a postura condizente com a de uma futura profissional da área. Merece nota 10.
Foi uma boa apresentação, sem pontos negativos, seguindo uma lógica conceituada no livro, e com clareza e coerência, a expositora demostrou domínio sobre a leitura da obra, o vocabulário foi correto e adequado a apresentação, a postura foi profissional e preparada pra lidar com a complexidade da apresentação transmitindo com clareza e objetividade seus ideais, houvendo a atenção de todos e a participação nos debates, o tempo limite foi observado e respeitado, nota 9,5 devido ao tempo de debate não sendo suficiente a mais comentários e perguntas condizentes ao tema.
ResponderExcluirNa apresentação do seminário da aluna Kesliane, senti que houve um grande domínio sobre a obra, trazendo para os demais alunos, em uma forma clara e objetiva, sendo assim transmitiu bem o conteúdo, houve uma boa postura. Considero que não houve uma grande participação da turma, pois considero que a turma estava um pouco dispersa, mas não por culpa da Kesliane.O tempo limite foi respeitado, sendo assim minha nota é 9.8
ResponderExcluirA aluno teve grande domínio do assunto, e apresentou seu seminário dentro das exigências, de forma clara e obejtiva. Nota 9.5
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