Por: Eric dos Santos Pereira
Dados
da obra: BETTI, Mauro. A janela de vidro: Esporte, televisão &
educação física. Campinas – SP. Editora: Papirus, 1998. 159 págs.
Credenciais do autor:
Mauro
Betti, brasileiro é licenciado e mestre em Educação Física, doutor em
Filosofia da Educação e livre-docente em Metodologia da Pesquisa
em Educação Física. Trabalha na Universidade Estadual Paulista (Unesp) desde
1986, primeiro no campus de Rio Claro, e atualmente no Departamento de
Educação Física da Faculdade de Ciências-Bauru. Também é docente e orientador
no Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Ciências e Tecnologia
da Unesp de Presidente Prudente.
Autor
dos livros: Educação Física e Sociedade
(Hucitec), A Janela de Vidro (Papirus), EF Escolar: ensino e pesquisa-ação (Ed. Unijuí) e
organizador da obra Educação Física e
Mídia: novos olhares, outras práticas (Hucitec).
Com o impacto que a
mídia vem influenciando o esporte, o autor acaba se deparando com várias
perguntas que são relacionados a educação, educação física, filosofia, ciência,
esporte e a televisão.
Por meio de pensamento de vários filósofos e pedagogos o objetivo de
BETTI é usar a hermenêutica para interpretar o discurso da televisão sobre o
esporte e refletir criticamente sobre suas repercussões na educação física.
A
obra foi dividido em cinco capítulos:
·
Capítulo
I: Cenário
·
Capítulo
II: Argumento
·
Capítulo
III: Direção
·
Capítulo
IV: Esporte em close
·
Capítulo
V: Interpretação
No
primeiro capítulo BETTI explica o que entende sobre educação física, educação e
o esporte.
O autor inicia afirmando que ninguém mais faz
aula de educação física, que foi se transformando em “esporte”. Exalta também
que devido a evolução histórica a concepção da Educação Física e a prática
pedagógica precisa ser repensada. BETTI Destaca que: “A principal tarefa da Educação
Física na Escola é introduzir e integrar o aluno na cultura corporal de
movimento, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la,
instrumentalizando-o para usufruir do jogo, do esporte, da dança e das ginásticas
em benefício de sua qualidade de vida.”
Para
o autor o conceito de educação física é denominada de maneira mais ampla como: "cultura
corporal de movimento", um conceito comum contemporâneo.
Sobre
a Educação o autor critica o “tempo moderno” com a crise dos “ismos” que resume
a realidade precária da educação e a influência da religião, mídia, cultura e
tecnologia.
Para o autor a educação é entendida como um permanente
processo de valoração. Conforme esclarece Sônia A. I. Silva: "experiência,
atividade ou relação axiológica que, enquanto tal, indica a vivência humana dos
valores".
O
autor busca necessidade de mudança, esperança e utopia, um planejamento de um
futuro melhor e o aperfeiçoamento humano. E também apoia as reflexões de
Flusser sobre a escola moderna que é: “supérflua, inoperante e anti-funcional.”
BETTI
expõe seus receios sobre o futuro da educação escolar e questiona qual é a
importância do esporte como um objeto de educação.
Ao
explicar sobre o esporte e a relações entre a educação e a escola o autor
utiliza os conceitos do pedagogo francês Georges Belbenoit,
que alguns conceitos utilizados por BETTI foram:
·
“O esporte é a forma
mais rica e adaptada ao nosso tempo, de um tipo de “experiência de base”,
carnalmente vivida, que permite construir, pela prática e pela reflexão, uma
ética de saúde global.”
·
“O esporte é o
fenômeno sociocultural mais importante de nossa época, e é tão urgente aprender
a posicionar-se diante dele, quanto em relação aos meios de comunicação de
massa.”
·
“Introduzir o esporte
na escola, assim como as novas tecnologias pedagógicas, audiovisuais ou
informáticas, é “fazer viver a escola
com o seu tempo.”
Assim, para BETTI o esporte na escola deve ser
entendido em sentido amplo, que vai além da competição, com qualidade de vida,
atividades de lazer, valor higiênico, educativo e cultural.
No
segundo capítulo o autor traz argumentos, diretrizes ao esporte e televisão
(utilizando o termo genérico “mídia”).
Ele
acredita que não é mais possível relacionar o esporte contemporâneo sem
associá-lo aos meios de comunicação de massa. E a maneira como praticamos e
entendemos o esporte foi o elemento chave dessa transformação, graças a figura
do espectador, que está disposto a pagar para assistir as competições esportivas
e financiar o sistema comercial do esporte. E por meios da popularidades dos astros
esportivos, uma combinação de sucesso e imagem do produto, o esporte se torna
atraente para as indústrias.
Por
esse motivo o autor acredita que é mais que apropriado usar a expressão
“esporte espetáculo” para definir o esporte nos dias atuais.
Assim
BETTE disserta que a televisão traz novas formas de compreensão através da
imagem e o som, a fragmentação, a velocidade, a "reconstrução" da
realidade. Expondo então três ocupações importantes sobre a televisão
defendidas por vários filósofos. A primeira ocupação mostra a TV como a função
hipnótica, alienante, dominando os telespectadores de forma massiva, a
reprodução da cultura como mercadoria no processo capitalista.
A
segunda ocupação mostra que o problema não está nos meios de comunicação em
massa televisionada. E sim em como as indústrias regem o marketing abusivo. E a
terceira ocupação pode se resumir pelo julgamento de Eco, que a TV apresenta
novas formas de vidas, diversas realidades sociais. Concluindo que a TV pode
oferecer efetivas possibilidades culturais, Porem precisamos “peneirar” o que
realmente é cultura do lixo audiovisual sendo assim, finalizo esse pensamento
com a advertência de Eco: "só se salvará se fizer da linguagem da
imagem uma provocação à reflexão crítica, não um convite à hipnose".
Para
concluir esse capítulo o autor exibe o método hermenêutico, que sua função é
compreender e explicar o sentido de um texto. E BETTI se propõe por meio da hermenêutica
de Paul Ricoeur, interpretar o discurso da televisão sobre o esporte refletindo
criticamente sua repercussão na educação física e seus educadores.
O
terceiro capítulo o autor tratará o discurso e a hermenêutica, em busca de
bases epistemológicas que sustentará nossa interpretação do fenômeno esportivo
na televisão. Com o fundamento de desencadear as questões que a filosofia da
educação remete a educação física, Fazendo uma reflexão crítica que desvele
novos sentidos para as tarefas educacionais da educação física contemporânea.
O
autor expõe essas questões:
·
“A cultura esportiva contemporânea pode ser concebida sem considerar o
esporte espetáculo promovido pelos meios de comunicação de massa como um seu
componente? Quais as consequências de uma resposta positiva, e de uma resposta
negativa, para a Educação Física Escolar?”
·
“Quais as repercussões para a tarefa educacional da Educação Física -
tanto no plano axiológico como teleológico - o fato de seus conteúdos
programáticos serem cada vez mais influenciados pela televisão?”
·
“Quais os fundamentos de uma "pedagogia da imagem", que forme
espectadores críticos, capazes de usufruir do esporte-espetáculo enquanto apreciação
carregada de significação cultural, simultaneamente estética, lúdica, ética e
técnica-informativa; uma apreciação, enfim, plena de inteligência e
sensibilidade?”
·
“Se a Educação Física pretende-se uma disciplina educativa, quais as
repercussões no plano ético que decorrem da difusão de novos valores sobre o
esporte alimentada por um discurso comprometido com interesses comerciais?”
BETTI
termina o capítulo concluindo que a educação física não é mais um dado, e sim
uma tarefa, um projeto para fazer a educação física a ser mais completa, com
mais conteúdo.
Ao
chegar no quarto capítulo o autor faz uma recapitulação do que foram empregados
nos capítulos anteriores. Os problemas dos “ismos”, A busca de uma relação
forma-conteúdo e a interpretação hermenêutica da televisão. Usando como estudo 180
horas de programações de 6 emissoras (Bandeirantes, SBT, Globo, Record,
Manchete e Cultura) e identificando 9 direções, sendo: Falação, cotidiano, ao
vivo, nostalgia, adrenalina, esporte global, anuncio publicitário, veja de novo
e espetacular.
Conceitos de algumas direções:
Ao Vivo que proporciona a cumplicidade entre o locutor e o
telespectador diante do inesperado.
Veja de novo que traz conforto de
rever os lances, faltas com o recurso do replay e Espetacular o jogo de cores, música e a dramaticidade imprimida ao
jogo pelo narrador.
No
quinto capítulo o autor usa teorias sobre o esporte para nosso favor e a nossa
compreensão, com objetivo de buscar os sentidos que permitem interpretar a
crítica do discurso televisivo sobre o esporte, definir os limites do novo
fenômeno: esporte telespetáculo, sendo: As teorias do
jogo, as teorias marxistas, a teoria do processo civilizador, teorias culturalistas,
a perspectiva da globalização e a perspectiva do “pós-modernismo.”
Assim, o esporte telespetáculo muda nossa maneira
de perceber e praticar esporte, apresenta uma nova proposição de esporte que
cabe à educação física apropriar-se criticamente se quisermos atualizar sua
tarefa educativa e apostar na educação audiovisual.
BETTI diz que televisão deixa de ser um instrumento
de percepção do mundo e se transforma em um método pedagógico que a educação
física mobiliza para a interversão da vida. E para finalizar o autor conclui
que nenhuma das teorias sobre o esporte dá conta da totalidade necessária à
interpretação do discurso televisivo.
Ao finalizar o livro
“A Janela de Vidro” é possível ter uma visão mais ampla da importância da mídia
sobre o esporte (com formas positivas e negativas) e como isso pode afetar a
educação física, e como podemos manobrar e acompanhar essa mudança tecnológica
audiovisual. Fazer a educação física ser mais que apenas “esporte”, trazer
conceitos, filosofias, críticas, a disciplina. Desestruturar os preconceitos, e
o problemas dos “ismos” que permanece ao nosso redor. O livro me fez rever meus
conceitos que eu, como um futuro profissional da área da educação física posso
fazer sim a diferença mesmo que o ensino moderno seja falho.
Credenciais
do autor: http://cev.org.br/qq/mauro-betti/
Todos
as citações, autores, filósofos, pedagogos que cito na resenha crítica se
encontram nas referências bibliográficas do livro: A janela de vidro: Esporte, televisão & educação física. (Papirus)
1998.
O seminário foi bem apresentado de forma clara e de fácil entendimento, destaca de com a sociedade está vivendo apenas com televisões, celulares, computadores, vídeo game entre outros,a apresentação em si foi ótima. Nota 10
ResponderExcluir1.Somente pontos positivos
ResponderExcluir2.boa apresentação.
3. Apresentação condizente
4. domínio sobre o assunto do livro.
5. O vocabulário foi correto.
6. A postura foi adequada
7. transmitiu bem o conteúdo.
8. houve participação da turma.
9. O conteúdo ficou dentro do tempo
10. nota, 9.
1- Excelente apresentação.
ResponderExcluir2- Utilizaram bons argumentos, passaram de forma clara tanto a ideia principal do livro quanto suas opinioes a respeito do tema.
3- Sim
4- Sim ambos apresentaram dominio sobre o livro.
5- Sim
6- Postura adequada.
7- Apresentaram muito bem dando oportunidade para as falas dos colegas de sala e levando o assunto para questoes reflexivas, já que, muitas pessoas da sala apresentaram situações que se pareciam com o que foi apontado pelo livro.
8- Sim , bastante.
9- Dentro do prazo.
10- Nota 9,5
Muito boa apresentação achei bem claro a ideia do livro, os dois apresentaram bastante domínio do assunto, muita participação dos nossos colegas, dentro do tempo estabelecido, nota 9,8!
ResponderExcluirÓtima apresentação, ambos demonstraram domínio sobre o assunto tratado no livro e souberam bem como passar para a turma de capítulo em capítulo. A linguagem utilizada foi adequada, a dupla manteve uma boa postura. 10.
ResponderExcluirEric e Sarah demonstraram total domínio sobre o assunto. Com essa obra literária, foi possível discutir diversas questões importantes não só à nossa formação acadêmica, mas também pessoal. Entre as questões discutidas, podemos citar a discriminação sofrida pela Educação Física em relação à sua grade. Muitos acreditam que essa disciplina preza somente o esporte e sua competitividade, e de certa forma muitos profissionais realmente trabalham dessa forma. Porém, devemos tomar em mãos a capacidade de renovação que temos como futuros profissionais da área, e buscar alterar esse cenário.
ResponderExcluirDessa forma, Sarah e Eric ressaltam a importância de trabalhar os extremos da Educação Física: Esporte X Jogos Cooperativos e Lúdicos.
Sarah e Eric colocam suas opiniões de forma lógica e simples, o que acrescenta muito ao trabalho e o torna muito interessante. Ambos mantém a postura esperada de futuros profissionais.
O tempo foi extrapolado, mas é preciso considerar a complexidade dos assuntos tratados, como também, algumas discussões positivas de classe que fora feitas durante a apresentação. Merecem nota 10, sem dúvida
Foi uma boa apresentação sem pontos negativos, seguindo a lógica exposta pelo autor na obra, e coerência pelo aluno, demonstrando domínio da leitura, utilizando vocabulário apropriado, obtendo uma postura com atitudes profissionais, transmitindo com clareza o conteúdo abordado, houvendo atenção e participação de todos no debate, o tempo limite foi observado e respeitado. Nota 9,7, sendo obtido excelência na apresentação devido ao tema ser de difícil compreensão, porém, muito bem explorados pelos expositores.
ResponderExcluirSenti que ambos tiveram muita segurança em apresentar o livro, pois pareciam ter entendido muito bem sobre o que o livro estava dizendo. Um ponto positivo que irei focar é sobre a postura da dupla(pois como dito anteriormente senti uma maior confiança de ambos em apresentar o livro e em consequência uma melhor postura) trazendo exemplos para uma melhor compreensão e para que a turma também participasse. O tempo não foi respeitado, porém, como o assunto foi extenso não considero isso como um ponto negativo.Parabéns a dupla pois o livro foi muito bem apresentado. Nota 10!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirSarah e Eric, apresentaram o conteúdo da obra de forma clara e objetiva, demostrando domínio e entendimento sobre o assunto, da discriminação que educação física, sofre, muitas vezes pelos próprios alunos que a rebaixam. Se posicionaram durante a apresentação, falando suas opiniões sobre o que estava em discussão e como os jogos cooperativos são importantes para a educaçao. Merecem 10.
ResponderExcluirEric e Sarah apresentaram o conteúdo de forma bastante clara e argumentativa, mostrando amplo domínio sobre o assunto. Extrapolaram um pouco o tempo devido a grande discussão gerada pela turma diante do assunto. Excelente seminário, nota 10.
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