A Magia:
Os
tsurus (no ocidente são conhecidos como cegonha ou grou) são aves grandes, de
cores contrastantes, plumagem clara chegando ao branco com extremos de
fascinante degradê vermelho, e dotado de inigualável encanto. Beleza essa
considerada sagrada pelos japoneses que acreditam que o pássaro representa a
vitalidade da juventude.
Na
cultura asiática, são tidos como os pássaros mais velhos do planeta, com
expectativa de vida de cerca de mil anos.
Eram
os pássaros companheiro dos eremitas que faziam meditação no alto das
montanhas. Tidos como Eremitas Místicos, supunham ter poderes sobrenaturais que
retardava o envelhecimento. Ao longo dos tempos - por ter sido companheiros desses
eremitas - creditaram aos tsurus essa mística de serem um talismã poderoso, uma
ave com ações sobrenaturais capazes de retardar o processo de envelhecimento.
Assim, o pássaro ganhou o título "Pássaro da longevidade".
A
crença da juventude perdura até os dias atuais na Ásia, onde os tsurus
simbolizam a mocidade eterna e a felicidade plena.
A Crença:
A
arte do origami (dobrar papel) se inspirou nessa ave para criar uma de suas
mais conhecidas formas, tanto que muitos também consideram o tsuru como o símbolo
dessa arte japonesa. Até algum tempo atrás era comum encontrar no Japão pedaços
de barbantes amarrados com vários desses tsurus de papel, que eram pendurados
no teto para distrair os bebês ou deixados nos templos para pedir proteção.
Nesse país, acredita-se que dobrar 1.000 origamis de tsurus com a mente
direcionada para uma necessidade ou desejo, garante seu desejo realizado.
Aos
enfermos, papéis para fazer origamis de tsurus são oferecidos pelos visitantes,
amigos, parentes, etc. A lenda diz que quanto mais origamis de tsurus o
adoentado fizer, mais rápida será sua recuperação.
Conta a lenda que um camponêsmuito pobre vivia em uma cabanahumilde e seu único alimentoeram algumas verduras que colhiade sua terra cansada.
Após
aquela noite os dois se apaixonaram e se casaram.
A noiva era delicada, atenciosa e tinha tanta disposição para o trabalho quanto era bonita, e assim eles viviam muito felizes. Mas para o camponês, que já tinha muita dificuldade quando vivia sozinho, ficou muito mais difícil ainda cobrir as despesas que sua nova vida de casado lhe trazia.
Preocupada com esta situação, a esposa disse ao marido que produziria um tecido especial (tecer era um trabalho comum para as mulheres nessa época). Ele poderia vendê-lo para ganhar dinheiro, contudo, ela alertou que precisaria fazer seu trabalho em segredo, e que ninguém, nem mesmo ele, seu marido, poderia vê-la tecer.
O homem construiu uma pequena cabana nos fundos de sua casa e lá ela trabalhou, trancada, durante três dias. O marido só ouvia o som do tear batendo, e a curiosidade e a saudade que tinha de sua bela mulher fazia com que estes dias demorassem muito para passar.
Quando o som da tecelagem parou, ela saiu com um lindo tecido entre os braços, de textura delicada, brilhante e com desenhos exóticos. A tecelã lhe deu o nome de “mil penas de Tsuru”.
Ele levou o tecido para a cidade. Os comerciantes ficaram surpreendidos e lutaram entre si para consegui-lo. O vendedor pagou com muitas moedas de ouro por ele. O pobre homem não podia acreditar que tão de repente a sorte começasse a lhe sorrir.
Desde então, a esposa passou a trabalhar no valioso tecido outras vezes. O casal podia, com o fruto da venda, viver em conforto. A mulher, porém, tornava-se dia após dia mais magra.
Um dia, ela disse que não poderia tecer por um bom tempo. A mulher estava muito cansada. Seus ossos lhe doíam e a fraqueza quase a impedia de ficar em pé.
O camponês a amava muito e acreditava naquilo que ela dizia, contudo, tinha experimentado a cobiça. Ele havia contraído algumas dívidas na cidade e pediu para que ela tecesse somente por mais uma vez. No princípio ela não aceitou, mas perante a insistência do marido, cedeu e começou a tecer novamente.
Desta vez ela não saiu no terceiro dia, como era de costume. E o homem ficou preocupado. Mais três dias se passaram sem que ela aparecesse, e isso começou a deixar o marido desesperado.
No sétimo dia, sem saber mais o que fazer, ele quebrou sua promessa, espiando o serviço de tecelagem que ela fazia.
Para a sua surpresa, não era sua mulher que estava tecendo. Arqueada sobre o tear encontrava-se uma cegonha, muito parecida com aquela que o camponês havia curado.
O homem mal pôde dormir à noite, pensando o que teria acontecido com a mulher que amava. Amaldiçoava-se por ter sido insaciável e praticamente ter obrigado a sua querida esposa a tecer mais uma vez.
Na manhã seguinte, a porta da cabaninha se abriu e o camponês com o coração aos saltos fixou seus olhos na porta, esperançoso em ver sua esposa sair dela com vida.
A mulher saiu da cabana com profundas olheiras, trazendo o último tecido nas mãos trêmulas. Entregou-o para o marido e disse: _Agora preciso voltar, você viu minha verdadeira forma, e sendo assim, eu não posso mais ficar com você!
Depois de dizer estas palavras, transformou-se em sua verdadeira forma, uma cegonha, alçando vôo com lindo rastro de pó cintilante, e deixando o camponês em eterna lágrimas.
A noiva era delicada, atenciosa e tinha tanta disposição para o trabalho quanto era bonita, e assim eles viviam muito felizes. Mas para o camponês, que já tinha muita dificuldade quando vivia sozinho, ficou muito mais difícil ainda cobrir as despesas que sua nova vida de casado lhe trazia.
Preocupada com esta situação, a esposa disse ao marido que produziria um tecido especial (tecer era um trabalho comum para as mulheres nessa época). Ele poderia vendê-lo para ganhar dinheiro, contudo, ela alertou que precisaria fazer seu trabalho em segredo, e que ninguém, nem mesmo ele, seu marido, poderia vê-la tecer.
O homem construiu uma pequena cabana nos fundos de sua casa e lá ela trabalhou, trancada, durante três dias. O marido só ouvia o som do tear batendo, e a curiosidade e a saudade que tinha de sua bela mulher fazia com que estes dias demorassem muito para passar.
Quando o som da tecelagem parou, ela saiu com um lindo tecido entre os braços, de textura delicada, brilhante e com desenhos exóticos. A tecelã lhe deu o nome de “mil penas de Tsuru”.
Ele levou o tecido para a cidade. Os comerciantes ficaram surpreendidos e lutaram entre si para consegui-lo. O vendedor pagou com muitas moedas de ouro por ele. O pobre homem não podia acreditar que tão de repente a sorte começasse a lhe sorrir.
Desde então, a esposa passou a trabalhar no valioso tecido outras vezes. O casal podia, com o fruto da venda, viver em conforto. A mulher, porém, tornava-se dia após dia mais magra.
Um dia, ela disse que não poderia tecer por um bom tempo. A mulher estava muito cansada. Seus ossos lhe doíam e a fraqueza quase a impedia de ficar em pé.
O camponês a amava muito e acreditava naquilo que ela dizia, contudo, tinha experimentado a cobiça. Ele havia contraído algumas dívidas na cidade e pediu para que ela tecesse somente por mais uma vez. No princípio ela não aceitou, mas perante a insistência do marido, cedeu e começou a tecer novamente.
Desta vez ela não saiu no terceiro dia, como era de costume. E o homem ficou preocupado. Mais três dias se passaram sem que ela aparecesse, e isso começou a deixar o marido desesperado.
No sétimo dia, sem saber mais o que fazer, ele quebrou sua promessa, espiando o serviço de tecelagem que ela fazia.
Para a sua surpresa, não era sua mulher que estava tecendo. Arqueada sobre o tear encontrava-se uma cegonha, muito parecida com aquela que o camponês havia curado.
O homem mal pôde dormir à noite, pensando o que teria acontecido com a mulher que amava. Amaldiçoava-se por ter sido insaciável e praticamente ter obrigado a sua querida esposa a tecer mais uma vez.
Na manhã seguinte, a porta da cabaninha se abriu e o camponês com o coração aos saltos fixou seus olhos na porta, esperançoso em ver sua esposa sair dela com vida.
A mulher saiu da cabana com profundas olheiras, trazendo o último tecido nas mãos trêmulas. Entregou-o para o marido e disse: _Agora preciso voltar, você viu minha verdadeira forma, e sendo assim, eu não posso mais ficar com você!
Depois de dizer estas palavras, transformou-se em sua verdadeira forma, uma cegonha, alçando vôo com lindo rastro de pó cintilante, e deixando o camponês em eterna lágrimas.
Em memória a
Sadako Sasaki:
Sobre
dobrar os mil tsurus de origami e ter seu desejo realizado, a lenda foi
reforçada a partir de uma das mais belas histórias de esperança e luta pela
vida que conhecemos.
No
dia 6 de agosto de 1945, ocorreu um dos mais trágicos eventos da história da
humanidade: os Estados Unidos detonaram sobre a cidade de Hiroshima, no Japão,
a primeira bomba atômica da 2ª Guerra Mundial! Três dias depois seria a vez da
cidade japonesa de Nagasaki sofrer com um ataque nuclear.
A bomba caiu a pouco mais de um quilômetro da casa da menina Sadako Sasaki, que na época tinha dois anos. A mãe de Sasaki conseguiu salvá-la da explosão, no entanto, durante a fuga, as duas tomaram da chuva radioativa que caiu após o ataque.
A bomba caiu a pouco mais de um quilômetro da casa da menina Sadako Sasaki, que na época tinha dois anos. A mãe de Sasaki conseguiu salvá-la da explosão, no entanto, durante a fuga, as duas tomaram da chuva radioativa que caiu após o ataque.
Sasaki
viveu normalmente até os 12 anos de idade, quando descobriu que estava com
leucemia (câncer no sangue devido a radiação nuclear que foi exposta). Em
tratamento no hospital ela recebeu a visita de uma amiga que lhe contou a lenda
dos mil tsurus de papel. Logo Sasaki começou a fazer as dobraduras,
mentalizando sempre a sua cura, para que ao final do trabalho ela saísse do
hospital livre da leucemia.
Sasaki,
no entanto, não teve forças para completar os mil pássaros de papel que
pretendia, tendo feito 964 tsurus até o dia 25 de outubro de 1955, quando veio
a falecer. Seus colegas de classe completaram os tsurus de papel que faltavam a
tempo para seu enterro.
A notícia do esforço de Sasaki logo se espalhou pelo Japão e pelo mundo. Estudantes de mais de 3.000 Escolas do Japão e de 9 outros países iniciaram uma campanha para a construção de um monumento em Hiroshima em sua memória e das outras milhares de crianças que morreram, ficaram feridas ou estavam doentes em decorrência da bomba. O apelo popular foi atendido e em 05 de maio de 1958 foi inaugurado em Hiroshima, no Parque da Paz, o Monumento da Paz das Crianças com a Estátua da menina Sasaki erguendo um origami de tsuru.
A notícia do esforço de Sasaki logo se espalhou pelo Japão e pelo mundo. Estudantes de mais de 3.000 Escolas do Japão e de 9 outros países iniciaram uma campanha para a construção de um monumento em Hiroshima em sua memória e das outras milhares de crianças que morreram, ficaram feridas ou estavam doentes em decorrência da bomba. O apelo popular foi atendido e em 05 de maio de 1958 foi inaugurado em Hiroshima, no Parque da Paz, o Monumento da Paz das Crianças com a Estátua da menina Sasaki erguendo um origami de tsuru.
A
história de Sadako Sasaki é considerada como um dos símbolos da luta pelo fim
das armas nucleares, e a vontade de viver da menina japonesa que mesmo doente
se pôs a fazer mil tsurus de papel são vistas como um símbolo da paz, tanto que
todos os anos, no dia 6 de agosto (no qual se comemora o Dia da Paz) milhares
de pessoas enviam tsurus ao Monumento da Paz das Crianças e, visitam todos os
memoriais erigidos com esse propósito em “Hiroshima e Nagazaki” depositando
milhares de Tsurus, para mostrar que a esperança e o desejo de dias melhores
ainda existem em nosso planeta.
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