segunda-feira, 18 de março de 2013

IDADE CONTEMPORÂNEA




Compreender o mundo contemporâneo do ponto de vista histórico é uma tarefa bastante complicada. Nesse período que se inicia no século XIX e vem até os dias de hoje, o historiador se depara com um fluxo de acontecimentos muito mais intenso do que em qualquer outro momento da História. De fato, tem-se a nítida impressão que a história começa a ficar mais acelerada e a função de refletir sobre os acontecimentos acaba ficando bastante complexa.
Um primeiro fator que explica essa nova configuração tem a ver com o processo de urbanização que se espalha em várias partes do mundo. A concentração de pessoas promove uma ampla cadeia de inflexões na divulgação de informações, na produção de bens de consumo e no próprio ritmo de vida de cada indivíduo. As horas e os dias começam a ser unidades de tempo cada vez mais frágeis, seja em relação ao fluxo de coisas que acontecem ou sob as expectativas do homem para com o futuro.
Além disso, podemos também contabilizar um fator de ordem biológico bastante significativo. O avanço da medicina e o aprimoramento das condições de vida estabeleceram o prolongamento da nossa expectativa de vida. Com isso, o número de pessoas presentes no planeta se avolumou e, consequentemente, o desenvolvimento de ações históricas também sofreu um visível incremento. Isso sem levar em conta o avanço dos meios de comunicação que dinamizam a circulação de tais acontecimentos.
O grande volume de fatos históricos a serem compreendidos na Idade Contemporânea acabou demonstrando um novo lugar para este campo do conhecimento. Com tantas transformações acontecendo, ficou cada vez mais nítido que a função de historiador não tem nada a ver com a elaboração de projeções para o futuro. A ciência histórica fica mais próxima de uma noção de que as formas de se ver o passado são atreladas aos valores do tempo presente.
Com isso, mesmo com a modernização na fabricação e no armazenamento de informações, o estudo dos fatos contemporâneos não se mostra cristalizados ou presos aos grandes nomes, instituições e datas. O historiador ou o simples amante de História se transforma em um intérprete da cultura que vagueia pelo passado fundando outras possibilidades de compreendê-lo e, ao mesmo tempo, no modo de olhar o seu mundo. Sendo assim, como definimos a Idade Contemporânea? Apenas o tempo irá dizer.

 Crítica à mídia


Em que medida a mídia influencia a nossa concepção sobre o corpo? É difícil responder com absoluta segurança. Até porque a relação não é de via única. Devemos também considerar que o receptor da mensagem veiculada pela grande mídia não é um ser acéfalo e reduzido à passividade. Mesmo o homem e a mulher comum interagem com o meio. Por outro lado, não devemos esquecer que a mídia é produzida por homens e mulheres também inseridos na sociedade e, assim, passíveis de serem influenciados pelos valores e idéias presentes nesta.
É certo que a mídia tem um poder de influência imenso. É, porém muito cômodo deduzir deste fato a explicação para a prevalência de um certo padrão de beleza que determina comportamentos relativos ao corpo. O culto narcísico ao corpo parece algo intensamente humano, cujas causas não se reduzem, certamente, à ação da mídia. Há aspectos culturais, sociais, psíquicos, etc., que merecem ser considerados e analisados. Não é possível empreender esta tarefa neste espaço, mas é preciso levar estes aspectos em conta.
Se a mídia tem sucesso em impor um determinado modelo, uma certa concepção narcísea, é também porque sua mensagem encontra solo fértil para se desenvolver. A corpolatria se impõe porque encontra indivíduos dispostos a sacrificar tudo, inclusive e contraditoriamente até mesmo a colocar a vida em risco, ou seja, o corpo idolatrado, para atingir o ideal do corpo “sarado”. O espelho reflete não apenas o corpo que se vê, mas também a alma atormentada pelo desejo da perfeição.
É preciso considerar os interesses econômicos que comportamentos deste tipo envolvem. A indústria de serviços e produtos voltados para a estetização corporal desenvolve-se cada vez mais. É ela que financia os anúncios, a propaganda e programas voltados para discutir a beleza, muitas vezes travestidos sob a linguagem politicamente correta da “saúde”.
Rompe-se a barreira dos sexos: embora o público feminino seja, preferencialmente, o seu “objeto”, sua mensagem alcança cada vez mais o mundo masculino. Isto ocorre até mesmo de forma indireta: os homens são convencidos pelas mulheres a se submeterem a plásticas, implantação de próteses, etc. Se antes as academias eram o “santuário” dos candidatos a narcisos, agora revelam-se insuficientes. Bíceps que podem causar admiração, corpos torneados por longas seções de exercício físicos já não satisfazem plenamente. Muitos passam então a recorrer às “maravilhas” proporcionadas pelo silicone e outros recursos oferecidos pelo setor.
Os “Frankenstein modernos”, corpos artificialmente produzidos pela injeção de substâncias disponíveis no mercado e modelados por silício, são obras de médicos e profissionais conceituados. Até que ponto a ética pode existir num mercado em que se fundem o narcisismo de uns e a busca de lucro de outros? O corpo torna-se mercadoria, espelho de uma sociedade cujo fundamento é a propriedade privada e a acumulação de riquezas. O narciso moderno investe em si não só por vaidade, mas também para valorizar a “sua” propriedade, o corpo. Em sua doce ilusão nega a natureza humana, isto é, o corpo finito sujeito à degeneração. O corpo natural dá lugar ao artificial; o reino da aparência se impõe.
Porém, nem todos podem se submeter a este ideal. Custa caro! Embora a vaidade seja algo que perpassa todos os grupos e classes sociais – eis um dos aspectos principais da influência da mídia –, o acesso aos recursos para realizar este desejo é desigual. Para enorme parcela da população as necessidades de sobrevivência são mais fortes do que o apelo midiático ao padrão de beleza. A concepção do “eu”, ou seja, a noção sobre o próprio corpo é também uma questão de classe e grupo social.

Grupo: André Luiz Batista
            Cleyson Duarte        
            Fernanda Guimarães
            Karen Monaliza
            Sabrina Carvalho       

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