Bacharelado
em Educação Física
Estudos
Sócio Culturais em Educação Física e Esporte
Professor:
Márcio Farias
Aluno:
Jorge Augusto de Carvalho
O
Direito à Preguiça (Paul Lafargue)
Paul Lafargue nasceu em meados do séc XIX em
Cuba, era jornalista, escritor e ativista político. Foi um dos fundadores do Partido Operário Francês em 1879. Casou-se
com Laura Marx, segunda filha de Karl Marx sendo autor de várias obras sobre a história do marxismo “O
Direito à Preguiça” é considerada sua obra mais conhecida, foi escrita em 1880,
porem publicada posteriormente em 1883.
Lafargue se suicidou as 69 anos de idade, em
1911 deixando uma carta na qual repudiava a condição de se tornar idoso e um
fardo para si mesmo e para os demais.
“O Direito à Preguiça” é uma crítica social à
condição em que se encontravam os trabalhadores do século XIX, onde as jornadas
de trabalho extenuantes ultrapassavam as 12 horas de labor.
Lafargue inicia o texto, fazendo uma crítica
à burguesia, que por sua vez, por puro interesse e na intenção de aumentar a
produção capitalista, se aproxima do clero, relacionando a moral burguesa com a
cristã, objetivando reduzir as necessidades dos trabalhadores ao mínimo
possível, para que assim, trabalhassem ainda mais.
Com a implantação dessas ideias, surge uma
espécie de compulsão pelo trabalho, fazendo com que o proletariado se esquecesse
de suas mínimas necessidades de lazer, saúde e convívio familiar, santificando
o trabalho e tornando o próprio sua única atividade diária.
Sendo assim, o autor faz relação com a
preguiça (um dos sete pecados capitais) a fim de combater essa ideia implantada
pela classe burguesa cristã, ressaltando até em passagens religiosas o quanto o
descanso e lazer, considerados sinônimos de preguiça, eram indispensáveis ao
bem estar dos homens.
Critica também a própria postura dos operários
trabalhadores, que trabalhavam exageradamente na superprodução, para consumirem
os produtos que eles mesmos produziam, sustentando o capitalismo exacerbado.
Deixa explicita a visão que ele tinha do proletariado, tratando-os como
irracionais e ignorantes.
Lafargue defende a diminuição das horas de
trabalho, permitindo assim que os trabalhadores tenham mais tempo para se
dedicar a si mesmos, cuidando de sua saúde, de sua família para que talvez
assim pudessem emancipar-se de tal condição tão dura e desgastante,
relacionando o fato de que o operário saudável e feliz, se tornaria mais
eficiente e produtivo do que o operário exausto.
Lavras, MG., Julho/2019