quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Material utilizado na avaliação





Programa Sangue Latino, do Canal Brasil, gravado em 2009.
O jornalista e escrito uruguaio, Eduardo Galeano, autor de As Veias Abertas da América Latina fala sobre a cidade de Montevidéu, onde vive e também sobre a morte de seu cachorro.
Direção de Felipe Nepumuceno.





http://pensador.uol.com.br/frase/MjAyODM0/




https://www.letras.mus.br/charlie-brown-jr/45048/


A Reprodução Clonal do Ser Humano

A reprodução clonal do ser humano acha-se no rol das coisas preocupantes da ciência juntamente com o controle do comportamento, a engenharia genética, o transplante de cabeças, a poesia de computador e o crescimento irrestrito das flores plásticas.
A reprodução clonal é a mais espantosa das perspectivas, pois acarreta a eliminação do sexo, trazendo como compensação a eliminação metafórica da morte. Quase não é consolo saber que a nossa reprodução clonal, idêntica a nós, continua a viver, principalmente quando essa vida incluirá, mais cedo ou mais tarde, o afastamento provável do eu real, então idoso. É difícil imaginar algo parecido à afeição ou ao respeito filial por um único e solteiro núcleo; mais difícil ainda é considerar o nosso novo eu autogerado como algo que não seja senão um total e desolado órfão. E isso para não mencionar o complexo relacionamento interpessoal inerente à auto-educação desde a infância, ao ensino da linguagem, ao estabelecimento da disciplina e das maneiras etc. Como se sentiria você caso se tornasse, por procuração, um incorrigível delinqüente juvenil na idade de 55 anos?
As questões públicas são óbvias. Quem será selecionado e de acordo com que qualificações? Como enfrentar os riscos da tecnologia erroneamente usada, tais como uma reprodução clonal autodeterminada pelos ricos e poderosos, mas socialmente indesejáveis, ou a reprodução feita pelo Governo de massas dóceis e idiotas para realizarem o trabalho do mundo? Qual será, sobre os não-reproduzidos clonalmente, o efeito de toda essa mesmice humana? Afinal, nós nos habituamos, no decorrer de milênios, ao permanente estímulo da singularidade; cada um de nós é totalmente diverso, em sentido fundamental, de todos os bilhões. A individualidade é um fato essencial da vida. A idéia da ausência de um eu humano, a mesmice, é aterrorizante quando a gente se põe a pensar no assunto.
(...)
Para fazer tudo bem direitinho, com esperanças de terminar com genuína duplicata de uma só pessoa, não há outra
escolha. É preciso clonar o mundo inteiro, nada menos.
THOMAS, Lewis. A medusa e a lesma. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980. p.59.


PADRÃO DE RESPOSTA


A resposta poderia focalizar uma das seguintes questões:
• qualificação para o processo de seleção clonal;
• autodeterminação pelos ricos e poderosos da reprodução de indivíduos socialmente indesejáveis;
• riscos de tecnologia, erroneamente usada pelo Governo, de massas dóceis e idiotas para realizar trabalhos do mundo;
• efeito de toda a mesmice humana sobre os não-reproduzidos clonalmente;
• estímulo à singularidade que acompanha o homem há milênios;
• individualidade como fato essencial da vida;
• aterrorizante ausência de um eu-humano, a mesmice.

Na análise das respostas, serão considerados os seguintes aspectos:
• adequação ao tema
• coerência
• coesão textual
• correção gramatical do texto



2 comentários:

  1. O vídeo documentário com Eduardo Galeano que foi utilizado na prova ė ótimo.

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  2. O vídeo do Eduardo Galeano, que fala sobre o medo, foi um dos melhores materiais usados. Uma fala de fácil entendimento, um assunto que deve ser tratado em sala e um pensador incrível. O professor Márcio tem nos feito pensar bastante sobre diversos temas, o que é indispensável em nossa formação. Compartilhei esse védeo em uma rede social e vários amigos curtiram e comentaram. É um vídeo que realmente merece divulgação.

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